sábado, 25 de fevereiro de 2012

Relacionamento: o EU, o VOCÊ e o NÓS!

Como terapeuta holística, tenho percebido um número cada vez mais preocupante de pessoas que se relacionam (normalmente estável) e que se encontram perdidas da sua essência. Não sabem mais quem são e do que gostam. Não cultivam mais seus prazeres, não se permitem mais viver a sua individualidade em nome do NÓS no relacionamento.

Lamentável equívoco!

Dentro de um relacionamento existem 03 pilares, que devem, ou ao menos deveriam estar equilibrados perfeitamente. Trata-se do EU, do VOCÊ e do NÓS. 

Erroneamente temos escutado, aprendido que após formalizarmos um relacionamento devemos esquecer de nós mesmos e nos dedicar única e exclusivamente ao relacionamento. Em nenhum momento faço alusão quanto a não irrigarmos a plantinha de um relacionamento, porém, exclusividade? Isso não é sadio para nossa individualidade. Lembrando, que individualidade nada tem a ver com individualismo.

Então, vamos por partes.

O que seria o EU no relacionamento? Qual a sua relação com o VOCÊ? 

Primeiro, o seu EU só se aproximou do VOCÊ porque haviam peculiaridades que lhe atraiam. Em outras palavras, a autenticidade da sua personalidade única fora um dos motivos, senão o principal, para fazer com que em seu coração brotasse o amor. A princípio, digamos que seja um sentimento verdadeiro... Em nenhum momento estamos falando daquela paixão completamente cega, passional ou possessiva. 

Esta essência individual, de cada um, foi o ponto da atração inicial. A autoconfiança em simplesmente ser o que se é, daquele jeitinho, vivendo o seu dia a dia, fazendo suas coisas e assim, aproveitando a vida da sua maneira. Curtindo as descobertas dos seus prazeres, das suas aptidões artísticas, dos seus hobbies, das suas amizades... Permitindo-se aproveitar o todo que esta existência lhe possibilita. 

Este é o EU e o VOCÊ. 

Sua essência, seus potenciais, suas necessidades, suas vontades, seus aprendizados, suas particularidades que lhe tornam um indivíduo diferente do outro.

E o que seria o NÓS?

Seria literalmente o jogo de cintura entre ambos. A união do que é melhor do EU com o melhor do VOCÊ. 

Sejamos honestos, permanecer em uma relação onde um traz à tona o que de pior há no outro não há sentido! Você está nesta situação? Repense e verifique quais de fato são os motivos que ainda te mantêm unido a esta pessoa.

Continuando, o Nós dentro de uma relação são o EU e o VOCÊ andando paralelamente. Uma trilhando o seu caminho e não um consumindo ao outro. E isto respeitando os aprendizados de cada um. Deixando de lado o ego e arrogância, assim como a submissão, o se anular um em relação ao outro. 

Trata-se de um sincronismo nas idéias, no pensamento, no estilo de vida. Pólos opostos até podem se atrair, mas dificilmente perduram, pois o compartilhar de ideais conforme o tempo vai passando, se torna imprescindível para a durabilidade e o amadurecimento de um relacionamento. Isto, sem olharmos com muito carinho o contrário daquilo que acreditamos ser e que estamos atraindo como se fosse um espelho mais próximo dos nossos aprendizados pessoais que muitas vezes insistimos em não ver. Afinal, nos reunimos ora por mais compatibilidade, leiam-se afinidades, ora por mais resgates kármicos. Ou ainda, ambos os casos em uma balança bem equilibrada. Claro, que neste caso, o amor, a parceria advinda da cumplicidade, acrescida de doses generosas de paciência e aceitação fazem o casal superar diversos conflitos, ou seja, os ajustes na forma de viver a dois. Em meio a isso tudo está à comunicação.

E por falar em comunicação, quantas vezes achamos que nossos parceiros têm bolas de cristal? Quanta ironia... Pois, não nos conhecemos o suficiente e ainda assim, queremos que o outro nos conheça completamente. Certifique-se de que primeiro você se conheça para então cobrar algo de alguém. 

Falando em cobranças. Nossa, como esperamos dos nossos parceiros no NÓS da relação. Criamos expectativas, idealizamos o par ideal, fantasiamos, transferimos toda a nossa responsabilidade em nos fazer feliz para o outro. Já parou para refletir o tamanho do fardo que colocamos em suas costas? Este é uma das maiores fontes de desilusão, decepção ou frustração no NÓS. Acreditamos que algo externo deve nos trazer a paz e a harmonia. Doce ilusão. 

Acordemos todos. Em nosso script da vida deveríamos estar atuando como atores ou atrizes principais. E quantas vezes nos delegamos o papel de atores ou atrizes coadjuvantes. Nos colocando nos bastidores, não permitindo que nossa luz brilhe forte. Está aí uma grande armadilha do NÓS nos relacionamentos. Pois para que nossa luz brilhe é preciso estar em consonância com nossa essência do nosso verdadeiro EU ou, o VOCÊ. 

Resgate a sua alma. Ame-se profundamente. Se aceite enquanto pessoa que está em uma relação, mas, não é a relação. Respeite a sua individualidade. Não se corrompa deixando de realizar seus prazeres, de ver seus amigos ou cultivar seus gostos pessoais. Busque aprender coisas novas. Tenha novidades para contar ao seu parceiro, isso enriquece muito o NÓS da relação. Faça por si mesmo e você estará fazendo pelo NÓS. Cuide de si e você estará cuidando do NÓS. Cultive a sua alegria interior e estará cultivando a jovialidade de uma relação. Inove em seu caminho, no seu exterior, em suas roupas e estará quebrando a rotina da sua relação. Uma coisa está interligada a outra.

Permita-se e permita o direito à escolha. Compartilhem descobertas individuais e conjuntas como se fosse da primeira vez. Olhem-se com a mesma intensidade de quando descobriram o amor mútuo. Regue este plantinha com carinho, compreensão, paciência, aceitação e respeito. Seja e esteja feliz consigo mesmo dentro da relação. 

Está torcendo o seu nariz, pois se pegou esquecendo do seu EU ou o VOCÊ no NÓS?

Vá com calma. Trata-se de apenas um desvio. Agora que você percebeu fique tranquilo, pois é perfeitamente possível voltar ao seu caminho. Então, o que é mesmo que você está esperando? 

Sejam muito felizes...

(Aline Schultz)
Muita Paz!


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