sexta-feira, 29 de julho de 2011

Conforto de dentro pra fora!


Parece-me que o apelo ao conforto externo, móveis fofos, longas horas à cama, ao sofá, imagens que se movimentam na tela por si, carros ultramodernos, compras sem a real  necessidade, saem à frente de qualquer outro interesse. 



Mas, algo me diz que essa sede de conforto externo mais quer é saciar a necessidade de conforto consigo, de conforto interno. Fechar os olhos e dormir sem medo e pré-ocupações, sentar, deitar, caminhar sentindo o corpo saudável, flexível, abrir os olhos e permitir observar a vida sem tanta aversão e nem tanto apego, um pouco mais entregue, mais solto. 


Talvez a grande dificuldade seja o confronto com o espelho que precede o conforto interno, essencial, urgente.


Fechar os olhos no Yoga ou na meditação, expressar as emoções na terapia, assistir a vida de fora num retiro ou numa peça de teatro às vezes ou muitas vezes pode ser desconfortável, desagradável e até doloroso. Mas, no processo de se conhecer vai se instalando uma intimidade, um bem estar consigo e, portanto com o mundo, daí o sofá já não precisa ser tão macio, o tapete não precisa ser tão fofo, a cama não precisa ser tão grande, porque o conforto está bem instalado internamente.


É difícil dar os primeiros passos em direção ao autoconhecimento especialmente quando ao espiar pela fresta da porta o interior da casa está sem receber atenção há anos, talvez uma vida. E o sofá, a sala, a televisão são magnéticos, mesmo que não tenham aqueles imãs dos colchões orientais. Daí fica mais difícil de chegar no tapetinho de Yoga, na meditação, no encontro com o terapeuta.


Os dias passam e se não é dada atenção ao conforto de dentro, ficamos cada vez mais exigentes com o conforto de fora que dá cada vez menos conta de nos confortar. Aí é preciso confrontar para confortar.


A auto-observação e a auto-análise são ferramentas ao alcance de todos, a todo o momento do dia. É questão de criar o hábito de se perceber: sentir como está o corpo, como está a respiração, a postura, quais os pensamentos que vêm, que vão, os que não vêm, os que não vão, perceber as emoções especialmente as que se repetem e com que frequência se repetem. Só isso ou tudo isso já pode dar um outro sentido à vida. Esse é um hábito que pode ser inicialmente difícil de ser conquistado por isso as aulas de Yoga, os espaços para meditação, os espaços de terapias!

Então espreguice o corpo, respire fundo e rume ao autoconhecimento e talvez em breve descubra sentir que o chão, com um fino tapete, pode ser o lugar mais confortável do mundo quando o corpo está no prumo, a respiração a plenos pulmões e as emoções e a mente clara.
                                                                                                                              (Janine Schmitz)



Muita Paz!

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