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Foto: Getty imagens |
A fabricação de uma espada é um processo trabalhoso e difícil. Os antigos mestres ferreiros, por exemplo, chegavam a investir meses na produção de uma única arma poderosa para a luta. Afinal, espada boa não quebra. Ela deve curvar-se sem partir; também não pode perder o fio nem enferrujar. Deve estar sempre disponível para o uso.
Para reunir tantas características positivas em um só material é necessário escolher um aço de qualidade inquestionável e submetê-lo a um processo doloroso. O ferreiro pega aquele pedaço de ferro disforme e mete-o no fogo que agride e queima. Quando a cor do objeto se transforma, o trabalhador o coloca na bigorna e, com uma marreta pesada, dá tantas e quantas bordoadas forem necessárias para realizar a transformação do aço em espada. Depois de apanhar bastante, o elemento em brasa é mergulhado na água para sofrer um choque. De novo, repete-se o processo: chamas, pauladas e choque. E o processo se repete várias vezes. Por quê? Para temperá-la e conferir-lhe consistência, força e vigor, tornando-a indestrutível.
Quanta semelhança com a nossa vida, não? Afinal, somos como a lâmina que precisa ser lapidada para ficar forte. Temos de encarar o fogaréu e as agressões da rotina para ganhar maleabilidade sem perder as fibras.
Às vezes, não entendemos porque precisamos passar por tantos sofrimentos, inclusive questionamos as perdas e as lágrimas derramadas. Tudo isso são pancadas que recebemos para ficarmos melhores, resistentes, vigorosos…
As dores e reveses nos preparam tal qual os ferreiros trabalham as armas para ficarem potentes e maleáveis. Fortes para vencermos as adversidades e maleáveis para que não sejamos intolerantes e, ao mesmo tempo, não deixemos de ser misericordiosos com o diferente.
Se quer mesmo vencer, enfrente o calor do dia a dia: incompreensões, calúnias, fofocas e críticas destrutivas. Não se entristeça diante de tantos fatores angustiantes, pois está sendo preparada para ser mais consistente e feliz. Sim, há também as labaredas que queimam e fazem doer. Elas atendem pelos nomes de perdas, desilusões, separações, mortes e ingratidão. Diante delas, não se desespere. Lembre-se: você é como aquela espada que está sendo trabalhada para se tornar uma vitoriosa. A grande verdade é que só amadurecemos pelo fogo e pelas marteladas da vida. Assim, ficamos mais fortalecidos, dóceis e sábios.
O que não se pode fazer é paralisar a sua história após os primeiros incêndios e bordoadas. Convença-se de que isso é só uma fase. Somente uma preparação para vencer. Não estacione na dor, use-a como escada para subir os degraus em direção ao sucesso e às conquistas. O seu lugar não é no desespero, mas na fortaleza de quem já venceu e foi temperada pela vida. E assim, já madura e com mais sabedoria, aproveite seu destino com tudo de bom que ela pode e tem a lhe oferecer.
A partir de agora, veja o sofrimento como ótima oportunidade de progresso. Depois de vencê-lo, ajude quem estiver ao seu lado a seguir o mesmo caminho. Você sempre poderá mais. Basta contar com a presença amiga e serena de um Deus que é apaixonado por você e quer vê-la radiante e vencedora. Afinal, nunca se esqueça: você é aquela espada bem temperada, preparada para a luta e para a felicidade.
(Padre Juarez de Castro)
Muita Paz!
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