sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Pânico: O medo e seus efeitos restritivos!

Não basta se medicar, tem que se transformar.
Se mais atento, o ser humano perceberia que nada que lhe acontece é de se jogar fora, nem mesmo os sofrimentos.
Há é que se valer do alerta que a vida lhe dá - o sintoma - para buscar viver melhor...entender-se mais!
Medo?!
Viver pressupõe riscos. É um ato dinâmico, não pode ser controlado.
Ainda assim o ser humano busca a segurança e o controle ao longo da vida.
Quer fazer seguro de tudo...e o medo lhe vem de rebote.
Quanto mais medo sente, mais recursos têm que mobilizar para tranqüilizar-se.
Quanto mais tenta, mais experimenta o medo.
Tudo isso porque não vê a perda como um processo natural da vida.
Não quer passar por isso: fracasso, erros, etc...
Não entende a função do desapego como um caminho para o seu crescimento.
“Vencer ao mundo é fácil. Difícil é vencer a si mesmo”.
Só a vida lhe dará as situações adequadas para este ensinamento.
Mas como é duro!
Tudo o que se faz é tomar estas questões como situações a serem vencidas!
Mas “de que adianta ao homem vencer o mundo se vier a perder sua alma?”
Para onde estamos olhando?
O que estamos valorizando?
Estamos dispostos a ir mais além?
Abrir-nos ao que não conhecemos ou concordamos?
Ou apenas tentando nos defender?
Quando bebê, sente-se totalmente vulnerável e dependente.
Tem que contar com pessoas para cuidar de si.
Veio de uma outra condição: a de aparente perfeição.
O alimento vinha-lhe da maneira exata, a temperatura parecia criteriosamente regulada...enfim tudo lhe parecia perfeito.
Quando nasce, parece passar por um grande trauma: a separação, a mudança de vida.
Estranha, sente-se perdido.
Precisa de tempo e de ajuda para acostumar-se à nova realidade.
É dependente. Precisa de quem o ame e cuide.
Não se conhece e nem ao mundo.
Tudo o que sabe é o que sente.
Quer ser amado...importante.
Sua identidade se formará a partir do seu relacionamento prioritariamente com a mãe ou sua substituta e a partir dos valores que esta tiver e de suas percepções do mundo.
É certo que já nasce com características próprias e tendências, mas suas experiências afetivas com esta figura de ligação e sua respectiva ótica de mundo, influenciarão diretamente sua maneira de ver a si mesmo e a tudo...e terá toda uma vida para tentar compreender e ir além desta simbiose inicial, para tornar-se alguém com características próprias.
Como nada é perfeito na vida, herdará até o que não se gostaria: medos, dificuldades e inseguranças daquelas pessoas mais importantes em sua vida.
Tenderá a repetir seus comportamentos e sentimentos.
Além disso, sua forma de ser e estar no mundo serão em parte conseqüência de situações difíceis que tiver atravessado na infância (ou a sensação disso ter acontecido).
Exemplo: ameaças de separação ou perda podem gerar posteriormente um comportamento de ansiedade, fobias ou Síndrome de Pânico, a serem avaliados, é claro dependendo ao que estas lembranças estiverem associadas.
Estas experiências, uma vez registradas,ainda que não se perceba consciente e claramente, podem produzir uma conduta medrosa ou angustiada quando em contato com situações que lhe remetam de alguma forma àquelas vivenciadas.
Quanto mais dolorosa e difícil tiver sido a situação, maior a dificuldade de acessar e entendê-la livremente.
Podem surgir pesadelos horríveis, fobias ou outros casos mais complexos, a depender de como se tenha administrado estas dificuldades internamente.
Às vezes, sofre-se de problemas que nem se sabe o porquê.
São medos aparentemente ilógicos e inexplicáveis que aparecem como que do nada o deixando desesperado e com a sensação de impotência por isto lhe causar tanto sofrimento e estranheza e por não vislumbrar a saída para o problema.
Não se pode esquecer, é claro, que tudo isso valeria para qualquer situação de vida que se estivesse analisando. É preciso enfatizar também que as coisas não são tão esquematizadas e lógicas quanto possa estar parecendo.
Cada pessoa dará seu próprio tom ao que tiver vivido. Além disso, existem os fatores genéticos e tantos outros que devem ser considerados também para uma devida apreciação da situação. Contudo, é sempre válido exercitarmos nossa capacidade de reflexão. Não podemos apenas buscar nos medicar, como forma única e principal por esta exigir menos envolvimento com o processo que estivermos vivendo e seguir em frente sem atentar para os motivos mais inconscientes que estão determinando nossas escolhas ainda que estas possam estar parecendo às únicas cabíveis.
Muitas pessoas hoje em dia estão sofrendo da chamada Síndrome de Pânico.
É interessante notar que em geral são pessoas muito capazes, com personalidade do tipo independente que, em algum momento, começam a se sentir o contrário do que essencialmente são. Tornam-se limitadas, apavoradas...bloqueadas por seus medos. Buscam incessantemente as causas e nada parece estar associado a nada, o que lhes aumenta ainda mais o medo, inclusive o de não ficarem curadas.
Aumenta a ansiedade e com isto as chances de crises e estas lhes tornam cada vez mais temerosas e limitadas, Por quê? Por que será?!
Há que se analisar criteriosamente, mesmo porque várias podem ser as causas assim como as formas de tratamento.
Vale sempre lembrar o quanto vivemos longe de nós mesmos alienados...inconscientes.
Vivemos reagindo, ou seja, agindo não espontânea e livremente, mas em resposta a alguma coisa.
Como não paramos para pensar mais profundamente nas coisas que estão nos acontecendo, temos que dar respostas ao que está sendo proposto a cada momento.
Perdemos o contato com o nosso eu.
Há tanto o que fazer...Mas sempre dizemos não termos tempo para aquelas coisas que exigiriam mais de nós. Autoconhecimento? Não, a medicina está avançando tão rapidamente que logo teremos os remédios para estes desconfortos mentais e emocionais.
Até quando fugiremos deste momento? Por que é tão difícil parar? Por que continuamos achando alguém ou alguma coisa resolverá por nós a situação? Por que permanecemos alheios ao que nos acontece?
Somos responsáveis por nós mesmos, pela vida que estamos delineando...
Por que não buscamos mais? Por que não mergulhamos nas pistas que estão sendo dadas e usar a situação como um motivador para arranjar a força necessária para vencermos nosso comodismo e automatismo?!
Não adianta deixarmos na mão dos outros ou culpá-los pelo nosso sofrimento... Sempre devemos nos perguntar se estamos agindo ou apenas nos lamentando.
Como agir se temos medos que nos tornam tão restritos? Entrar em contato.
Fugir só aumenta a dimensão do problema e nos torna frágeis e vulneráveis.
Além disso, tememos muito o que não conhecemos ou dominamos. Mas nunca as coisas acontecem do nada. Por isso é preciso nos aproximar mais de nós mesmos, pois as respostas estarão neste lugar: o do inconsciente. Muita gente fica apavorada com isso pois não se sente capaz ou tem medo e muitas vezes optam por caminhos mais passivos, relativamente, como massagens, tratamento exclusivamente medicamentosos, hipnose, etc..."façam com que eu fique bem". Nada contra método algum e sim um alerta para o pensamento mágico ou medroso.
Precisamos crescer, buscar, escolher...questionar. Ninguém poderá viver a nossa vida por nós, resolver nossos problemas.
Temos muito medo de sofrer. Tememos até pensar no que possa nos acontecer...
É preciso perceber que o que nos chega deve ser por nós bem recebido.
Devemos nos abrir a vivenciar as situações com fé e sem desespero, na certeza de que se algo está se apresentando em nossas vidas deve ter alguma função importante.
Lutar contra, resistir, só tornará as coisas piores.
Nada de jogar a toalha ou pensarmos que merecemos sofrer. Devemos é lidar com a situação. Cultivar o firme propósito de viver! Combater em nós, tudo o que é contrário à opção pela vida, o desânimo, a preguiça, o negativismo e todo o tipo de ato que consciente ou inconscientemente nos leve à autodestruição...e nos deixar ensinar e moldar a cada momento, a cada situação, a cada tristeza, a cada vitória...
Ir em frente, lidar com o medo de viver e de ser o que se é.
...ser, amar, viver

(www.psicologiaefe.com.br)
Muita Paz!

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